Seja a tentar organizar um seminário sobre os Objetivos do
Milénio ou mesmo um encontro de ONG’s, é esse o sentimento de desconfiança com
que somos confrontados – “ Será que um grupo de “putos” sabe no que se está a
meter? ” Sabe pois, eles não brincam em serviço!
Se há coisa que este grupo soube fazer desde o início foi
escolher os seus combates. Se há algo a que nos propomos a fazer e que duvidam
da nossa capacidade, não tem problema, o AHEAD Rumos S. Tomé RESOLVE!
E não foi nada mais que isso….K.O. ao primeiro round! Através dos inúmeros elogios, dos
agradecimentos ou simplesmente pela voz da nossa consciência, foi mais um
sucesso neste longo e árduo caminho que têm sido estes dois meses. Caminho esse
que começa a deixar de ter os nossos olhos postos no horizonte e começam-se a
contar o número de pegadas deixadas. O AHEAD Rumos S. Tomé deixa marcas nesta
terra!
As conversas sobre as saudades e as marcas deixadas por esta
terra, por esta gente, começam a ser um habitué.
É inevitável, isto marca! Se a rotinas são boas ou más para a vida de um
ser humano!? É mais um tema de debate entre os muitos jantares em família. A
certeza é que o silêncio instala-se quando alguém diz: A viagem de Ribeira
Afonso as 6h da manhã, a caminho da cidade é uma rotina que vai doer quebrar! Acreditem….só
dói a quem vive, e nós vivemos!
As maravilhas desta terra são mais que muitas, isso é já um dado adquirido. E muitas delas não cabem nem em fotografias nem em filmes.
As maravilhas desta terra são mais que muitas, isso é já um dado adquirido. E muitas delas não cabem nem em fotografias nem em filmes.
Este fim de semana foi tempo de conhecer uma outra parte da
ilha – O Norte. Com o jipe da irmã Angelina emprestado (sim…as irmãs aqui andam
bem montadas) a família parte em busca de mais um pedaço do paraíso, até ao
momento desconhecido. Mais seco, mais quente, mas igualmente arrebatador.
Para-se numa praia para desfrutar de um pouco de sol e parte-se novamente em
viagem.
Já tínhamos ouvido falar na lagoa azul – ponto obrigatório
de paragem –, mas não há nada como ver, não há nada como viver! É de fazer toda
uma coleção de postais do paraíso. Mas será que podia ser melhor? Aqui tudo é
possível, tudo pode melhorar, basta uma outra pessoa gritar: “Olhem…Baleias!”
Agora sim…estamos cheios. Cheios de coisas boas, cheios de coisas que não se
explicam, cheios de coisas que não se escrevem nem se fotografam. Estamos bem!
Estamos bem mas ainda há que conhecer quem nos dará casa para
essa noite. Após uma visita dura para os olhos e para a alma, guiada por duas
voluntárias de outra associação na roça Diogo Vaz, surge o merecido descanso. A
noite é passada numa “luxosa” casa das irmãs em Neves inserida num jardim-de-infância
que foi construído em apenas 3 meses (até para o nosso país que, comparado com
este, é de tecnologia de ponta). Elas são a prova viva do poder da vontade de
um pequeno grupo de pessoas. E elas fazem, indiscutivelmente.
Mas se tudo pode
melhorar, também há que ter cuidado com o contrário. É que não podíamos acabar
esta viagem sem um problema no carro. Não é um pneu furado (situação mais que
habitual por estas bandas)? Então o que é? Os elvados conhecimentos de mecânica
de todos os elementos levam a uma intervenção rápida – telefonar para alguém em
Portugal. Ok…o problema é no motor!
Mas se o super-homem aparece a voar, o homem aranha agarrado
a uma teia, o tarzan a uma liana e o príncipe encantado num cavalo branco, o
nosso salvador vem de mota e chama-se Osvaldo. “Tá mandar fumo?” Sim!, “Branco?”
SIM!...já sei qual é o problema! E então?! “Não tem problema…eu resolvo!”
Mais uma vez, o nosso “motorista” salva-nos de uma das boas
e, após um banho rápido, retorna-se à cidade, na companhia do Salvador Osvaldo
e do “protetor” Leite para um banquete na cidade no festival da Gravana. Banquete
de comida e, como não podia deixar de ser….de Kizomba!
Conquista-se a multidão com toda uma festa de nativos
brancos, comprovando o elevado nível intelectual da família ao se repetir em
alto e bom som no microfone a maior palavra da língua “portuguesa” – anticonstitucionalississimamente
(se eles dizem que existe é porque há). Se nós sabemos escolher os nossos
combates? Sabemos pois!
Somos um grupo de “putos”, mas que são rijos di doê!
E… se 7 e basta, se em Roma sê romano e em África africano….
….Onde houver o bem a fazer…que se faça!
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